Geral | Da Redação/Com Rural News | 21/04/2012 14h48

Presidente da Famasul acompanha comitiva da CNA à China

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Questões estratégicas relacionadas à preservação ambiental, logística de transporte, extensão rural, comércio e aquicultura, entre outros temas, estão na pauta das reuniões que a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, terá na próxima semana, na China, com empresários e autoridades chinesas. O presidente da Federação da Agricultura de MS (Famasul) e do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, Eduardo Riedel, faz parte da comitiva que acompanha a senadora.

O equilíbrio entre produção e preservação ambiental, característico do setor agropecuário brasileiro, é um dos focos da agenda da CNA em Pequim e Xangai. “O Brasil, além de grande produtor mundial de comida barata e de qualidade, condição que garante o fluxo de exportação para a China, tem uma das agropecuárias mais sustentáveis do planeta”, afirma a senadora.

Na segunda-feira (23), a comitiva tem reunião com autoridades da Administração Nacional dos Recursos Florestais. A China pretende ampliar sua cobertura florestal para 23% até 2020, focando o crescimento com sustentabilidade. “O Brasil tem experiência na preservação das florestas e também nas práticas de reflorestamento, o que nos permite a troca de informações com os chineses”, afirma a presidente da CNA. No Brasil, 61% do território estão preservados com florestas nativas.

As pesquisas realizadas pelo Projeto Biomas, desenvolvido em parceria pela CNA e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), também serão abordadas nas reuniões da próxima semana. O projeto, que concilia produção agropecuária e preservação ambiental a partir da incorporação de árvores nativas e exóticas ao sistema produtivo, também conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), John Deere, Vale Fertilizantes e Monsanto. Análises de várias características das propriedades rurais, inclusive de solo, já estão sendo feitas em propriedades localizadas nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Os estudos devem começar a ser feitos no bioma Amazônia ainda em 2012. Para a senadora Kátia Abreu, os estudos desenvolvidos pelo Projeto Biomas poderão auxiliar a China no processo de ampliação das áreas de cobertura florestal e de recuperação de áreas desertificadas.

Para a CNA, um dos assuntos de interesse do Brasil é a logística de transporte da China, país que investe cerca de 7,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em transportes, o que representou US$ 420 bilhões, segundo os últimos dados disponibilizados. No Brasil, os investimentos representam apenas 0,4% do PIB. Para conhecer o sistema de logística da China, que prioriza os modelos multimodais de transporte, a senadora Kátia Abreu visitará, na quarta-feira (25/04), o porto de Tianjin, um dos maiores do País. O porto é integrado com um sistema ferroviário, que permite o escoamento de cargas de soja, principal item da pauta comercial do Brasil com a China, até as indústrias chinesas. A presidente da CNA terá uma reunião com representantes da Companhia de Transporte e Logística – Portos Companhia Xangai, conceituada empresa de logística.

Comércio

A China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em março deste ano, a China importou US$ 1,8 bilhão e, no acumulado do ano, quase US$ 3 bilhões, valor que representa um aumento de 84,5% em relação ao mesmo período de 2011. Em termos de produto, as compras chinesas se concentram na aquisição de produtos da soja, cuja soma chegou a US$ 1,5 bilhão apenas em março de 2012.

Importante mercado para os produtos agrícolas brasileiros e um potencial parceiro para o comércio de carne bovina, a China poderá contar com a transparência e a confiabilidade do novo sistema de gestão de dados da pecuária de corte do Brasil, a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA). Desenvolvida por uma parceria público-privada entre a CNA e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a nova plataforma representa um importante avanço na organização e no aparelhamento da defesa sanitária do País.

Essa base de dados única, com informações centralizadas pelo Governo federal, servirá de suporte não apenas para o protocolo de certificação sanitária e de qualidade para o comércio de carne bovina entre o Brasil e a União Européia, como também para futuros protocolos com os demais países, a exemplo da China e do Chile. Em 2011, o Brasil exportou 74 mil toneladas de carne para Hong Kong, totalizando US$ 328 milhões, tornando-se o sexto maior mercado para a carne bovina brasileira.

Agenda

Durante a semana, a senadora Kátia Abreu discutirá com autoridades do Ministério da Agricultura da China aspectos relacionados à irrigação, extensão rural e aqüicultura, entre outros temas. A China é o maior produtor de pescado e responde por 61,5% da produção mundial. A presidente da CNA lembra que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aponta que o Brasil poderá se tornar um dos maiores produtores de pescados do mundo até 2030, quando a demanda internacional é estimada em mais de 100 milhões de toneladas por ano.

Durante a reunião agendada para terça-feira (24/04), serão conhecidas as tecnologias chinesas voltadas para essa atividade. Termos de cooperação nessa área e em outras áreas podem ser viabilizados durante as reuniões da próxima semana. Acompanham a presidente da CNA, o vice-presidente e diretor de infraestrutura e logística, José Ramos Torres de Melo, e os presidentes das Federações da Agricultura do Acre, Assuero Doca Veronez, do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, de Roraima, Almir Sá, e de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo. 

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