Internacional | Exame | 06/03/2018 07h00

Taxação do aço pode minar reforma infraestrutural de Trump

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Nesta terça-feira o ambicioso plano de reforma na infraestrutura dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump, chega à comissão de transporte da Câmara dos Representantes.

Na audiência estará presente a secretária de Transporte, Elaine Chao, para defender o documento de 53 páginas que prevê a injeção de 200 bilhões de dólares de dinheiro federal em projetos para revitalizar a deficitária infraestrutura do país.

O objetivo total do plano é colocar 1,5 trilhão de dólares em reparos à infraestrutura nos próximos 10 anos, entre dinheiro dos Estados, isenções tributárias e aportes da iniciativa privada.

A infraestrutura de transporte um dos aspectos que fazem dos Estados Unidos a maior economia do mundo. São 6,4 milhões de quilômetros de estradas públicas, 20.000 aeroportos, 225.000 quilômetros de ferrovias e 360 portos, que juntos carregaram 19,2 trilhões de dólares em bens em 2015, segundo dados oficiais.

Mas as estruturas são antigas e precisam de reparos: de acordo com a Associação de Construtores de Estradas, 41% das pontes do país têm mais de 40 anos; 32% das estradas urbanas estão em péssimas condições e precisam de melhoras.

Entre 138 economias, os Estados Unidos figuram em 11º em um ranking de competitividade na infraestrutura. Previsões estimam que o transporte de carga deve crescer 40% nos próximos 30 anos, com o volume de trocas de bens americanas dobrando até 2021 e depois dobrando novamente até 2030.

Há um entendimento, entre republicanos e democratas, de que algum plano de reestruturação é mais do que necessário. Mas chegar até ele pode ser complexo diante das outras pautas de Trump.

Por exemplo, a imposição de tarifas sobre importações de aço e alumínio pode minar a revitalização das estruturas, elevando os custos de investimento nos projetos, com preços já elevados por uma economia global crescente.

Segundo o Departamento de Trabalho, o índice de preço para bens usados em construção teve alta de 4,9% em janeiro, na comparação anual — acima do PIB de 2,3% e da inflação de 2,1%.

O medo, agora, é que as tarifas cheguem também a outros insumos. Seria mais uma das tantas incoerências do governo Trump.

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