Geral | Da Redação/Thaís Lopes Pimenta | 17/05/2012 11h43

Dia Internacional de Combate a Homofobia e os números da intolerância no Brasil

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O Supremo Tribunal Federal decidiu, em maio de 2011, que a união estável gay está juridicamente reconhecida no Brasil. Com expressiva maioria de votos, os ministros do STF reconheceram a união estável homoafetiva e seus efeitos jurídicos. O Supremo Tribunal Federal decidiu, em maio de 2011, que a união estável gay está juridicamente reconhecida no Brasil. Com expressiva maioria de votos, os ministros do STF reconheceram a união estável homoafetiva e seus efeitos jurídicos.

Por mais que alguns direitos já tenham sido alcançados pelos homossexuais e bissexuais brasileiros, como a legalização da união estável homoafetiva no Brasil, o preconceito e a intolerância continuam presentes na sociedade.

Só em 2011, a SDH (Secretaria de Direitos Humanos) do governo federal, registrou uma média de 3,4 denúncias diárias de violência praticada contra homossexuais no Brasil. A violência fruto da intolerância é um dos temas combatidos hoje, no Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia (rejeição a transexuais e travestis).

Tanta violência parece assustar os jovens campo-grandenses que, por medo, não se assumem homossexuais ou bissexuais frente sua família e sociedade.

M.L, estudante que não quis ser identificado, dá sua opinião sobre sua situação. "Não teria medo de sair com meu namorado, abraçados, na rua. Entretanto é difícil encontrar pessoas que não tenham medo assim. Penso que Homossexuais tem tanto amor/direito de amar quanto Heterossexuais. O que nos difere é que eles podem expressar o amor deles nas ruas e praças, e nós, temos que "namorar" em lugares privados. Acredito que essa situação de Homofobia só irá mudar através de conscientização. É conversando que explicamos que Gays não escolheram ser Gays. Nascemos. E só quem é, sabe o quanto é difícil entender que não foi escolha própria sentir atração por pessoas do mesmo sexo. A sociedade está mudando, cabe a nós jovens, levar em frente a esperança de ter uma sociedade que respeite as diferenças." 


"É conversando que explicamos que Gays não escolheram ser Gays. Nascemos. "

"Mesmo minha família sabendo da minha opção sexual eu tenho medo de sair abraçada com minha namorada pelas ruas mais movimentadas de Campo Grande. Tenho medo porque já fui agredida verbalmente por uma idosa enquanto beijava a T.M na Avenida Afonso Pena. Ela chegou a nos chamar de mal educadas", desabafou M.E, estudante de 17 anos. 

Algumas formas de conscientização já foram lançadas no Brasil mas acabaram sendo vetadas pelo governo. O MEC (Ministério da Educação) lançou em maio do ano passado o Kit anti-homofobia, material explicava a homossexualidade e era composto por uma cartilha e três vídeos. O material recebeu diversas criticas de Deputados e Associações Religiosas.

Para Tamila Rezende, futura publicitária, a homofobia é o sinônimo de ignorância. "Uma relação homossexual nada mais é do que uma união amorosa. Infelizmente esse preconceito ainda afeta as vidas de muitos homossexuais, digo isso com extrema certeza por conviver com amigos que sofrem com a intolerância. O preconceito da sociedade diante desse grupo interfere na liberdade de poderem se expressar livremente pois o medo de uma reação negativa muitas vezes os oprime. Todavia não podemos generalizar, há os que sabem lidar com as reações negativas da sociedade e não se incomodam com as opiniões infundadamente preconceituosas."  

Legislação

Tramita no Senado uma proposta para criminalizar atos de discriminação praticados contra homossexuais. O projeto transforma em crime formas de preconceito relacionado a orientação sexual ou identidade de gênero praticado no mercado de trabalho, nas relações de consumo e no serviço público. A proposta, porém, encontra resistência de alguns membros da bancada evangélica da casa.

Atualmente, agressões e injúrias praticadas contra homossexuais são punidas com base no código penal.

"O crime de intolerância não é um crime praticado só contra uma pessoa, é uma agressão à toda a sociedade e por isso muito mais grave", afirmou a defensora pública Maíra Coraci Diniz, do Núcleo de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito, da Defensoria Pública de São Paulo.

Com Informações da Agência Brasil

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