Geral | Da Redação/Com Notícias MS | 09/04/2012 11h02

Gestoras estaduais participam do pacto pelo enfrentamento da violência contra as mulheres

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Mais de 40 gestoras estaduais de políticas para as mulheres, dentre elas a coordenadora Especial de Políticas Públicas para a Mulher de Mato Grosso do Sul, Tai Loschi, participam a partir desta segunda-feira (9), em Brasília (DF), de reunião sobre o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

O encontro é convocado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). A abertura foi às 10 horas, com a ministra Eleonora Menicucci. O evento, que acontece nas instalações da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, pretende definir a agenda de renovação dos compromissos (repactuação) entre o governo federal e os governos estaduais para enfrentamento da violência de gênero.

Até o momento, o Distrito Federal e os Estados do Amazonas, Espírito Santo e Paraíba já fizeram a repactuação. Além da parceria entre os governos federal e estaduais, essa modalidade do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher estabelece a cooperação com o Poder Judiciário por meio dos Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e Tribunais de Justiça, visando à plena aplicação da Lei Maria da Penha e o enfrentamento à violência contra as mulheres.

Segundo o planejamento do Pacto para o período 2012-2014, a proposta é aumentar os serviços especializados em 10% dos municípios brasileiros e o número de serviços existentes no País em 30%. "A nossa estratégia é fazer encontros setoriais para firmarmos o cumprimento dessas metas. Nosso segundo passo será a realização de encontros nacionais dos centros de referências, casas-abrigo e delegacias", aponta a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM, Aparecida Gonçalves.

Outro objetivo importante da reunião é melhorar a base de dados sobre a violência contra as mulheres. Embora sejam referências, os dados da Central de Atendimento à Violência contra a Mulher - Ligue 180 e o Mapa da Violência no Brasil são insuficientes para dar a dimensão real do fenômeno. "Vamos mostrar às gestoras que os nossos dados não estão ali dentro. Precisamos criar bases de coleta de dados nos Estados a partir dos centros de referências, por exemplo", explica Aparecida Gonçalves.

A secretária nacional da SPM considera que a ausência de dados primários pode ser superada pelo registro dos atendimentos feitos na ponta, inclusive, por meio da classificação do tipo de violência. Entre os resultados esperados da reunião está a definição de metas entre os Estados para melhoria da rede de atendimento à mulher.

Financiamento de Projetos

O financiamento para aumento dos serviços da rede de atendimento conta com aporte do governo federal de R$ 36 milhões, assegurados no orçamento do Pacto para o período 2012-2014. Até o dia 10 de maio, a SPM vai receber projetos de órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal e de instituições privadas sem fins lucrativos. As propostas devem observar o valor mínimo de R$ 100 mil para os serviços comuns e de R$ 250 mil para as obras e serviços de engenharia.

O edital de chamada pública 01/2012 oferece financiamento a propostas referentes ao enfrentamento à violência contra as mulheres por meio de quatro ações: ampliação de consolidação da rede de serviços de atendimento às mulheres em situação de violência; apoio a iniciativas de prevenção à violência contra as mulheres; capacitação de profissionais para o enfrentamento à violência contra as mulheres em situação de violência e apoio a iniciativas de fortalecimento dos direitos das mulheres em situação de prisão.

Nessa temática, serão priorizadas as iniciativas que visam à ampliação da Rede de Atendimento à Mulher, composta por delegacias especializadas de atendimento à mulher, centros de referência de atenção à mulher, serviços de saúde especializados, juizados de violência doméstica e familiar, varas adaptadas, promotorias especializadas, institutos médicos legais. Entre o público beneficiário prioritário estão as mulheres do campo e da floresta e as mulheres negras.

Outra fonte de financiamento é o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria de Reforma do Judiciário, que dispõe de recursos para financiar a criação de defensorias públicas, juizados de violência contra as mulheres e núcleos de gênero nos ministérios públicos.

Denúncias

Já com relação às denúncias, a coordenadora Especial de Políticas Públicas para a Mulher de Mato Grosso do Sul, Tai Loschi, informou que na Capital sul-mato-grossense, Campo Grande, o número de Boletins de Ocorrência (BO) por dia estava sendo de 50. “Hoje já temos um número de 70 registros por dia”, afirmou Tai Loschi, ao explicar que o aumento do registro de BO significa que vem aumentando a procura, por parte das mulheres, pelo atendimento da rede. “O disque 180 orienta a mulher de que ela deve denunciar”, alerta Tai.

Serviço 

Reunião de Gestoras Estaduais de Políticas para as Mulheres, promovida pelo Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres
Data: 9 a 11 de abril de 2012.
Local: Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 (Sibs, Quadra 1, Conjunto B, Lote 14) - Núcleo Bandeirante/DF.
Com informações da SPM/PR - fone: (61) 3411 4228 / 9659 7975.

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