Polícia | Da redação/com G1 | 03/12/2014 20h22

Amigos de médico desaparecido fazem buscas por hospitais

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São Paulo - Amigos do médico capixaba Roberto Gomes, que desapareceu durante uma viagem a São Paulo, passaram a manhã desta quarta-feira (3) procurando o oncologista por hospitais na cidade. A filha de Roberto Gomes acredita que o pai tenha sofrido um mal súbito e teme que ele esteja vagando pelas ruas de São Paulo. Câmeras do hotel onde ele se hospedou registraram a saída na sexta-feira (28). A Delegacia de Pessoas Desaparecidos da cidade investiga o caso.

O médico viajou de Vitória para São Paulo na quarta-feira (26) para participar do lançamento da segunda edição de um livro do qual ele é co-autor. O evento aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na ocasião, ele deu entrevista para a TV Assembleia sobre câncer de mama. Na sexta-feira, Roberto ligou para a mulher e disse que a passagem de volta para Vitória era sábado à noite, mas que ele anteciparia para sábado de manhã.

Nesta quarta-feira, o chefe de segurança do hotel disse à reportagem que na sexta-feira (28), por volta  11h30, o médico pagou a despesa em dinheiro e pediu para guardar a mala na recepção do hotel. No local ficaram a mala com roupas, documentos e o celular.

O chefe de segurança disse que na frente do hotel tem um ponto de táxi, mas o médico seguiu a pé em direção contrária. Um quarteirão à frente, no bairro Bela Vista, fica a avenida Paulista, um local que, segundo a família, ele conhecia bem. “Eu sei que ele gosta da região da Bela vista porque já fez residência. Meu pai morou em São Paulo”, disse a filha Roberta Gomes.

O filho do oncologista, Leonardo Gomes, foi para São Paulo para acompanhar as investigações e está no mesmo hotel em que o pai ficou hospedado. Para a família, a cada minuto sem notícias aumenta a aflição. “Estamos muito nervosos, porque quando a gente acha que está chegando em algum lugar, a  informação não está concreta, mas a gente está  tentando mobilizar todo mundo”, disse Roberta.

Família - Roberta falou que o pai estava tomando um antialérgico, mas não sabe quais tipos de efeito colateral pode causar. “Ele tinha labirintite, que pode ser algum sinal. Mas a gente tem que pensar que é uma pessoa de 67 anos e que pode ter algum tipo de problema de saúde, independente do medicamento. Também existe a hipótese de ele estar até agora vagando pela rua”, disse.

De acordo com Roberta, o irmão ainda está em São Paulo acompanhando as buscas. “Meu irmão tem uma reunião com o diretor geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de São Paulo. Eles fizeram um filtro nos registros, mas estão com 150 para analisar, entre os que foram realizados na região no período”, falou.

Nesta terça-feira (2), a filha contou ter recebido um alarme falso sobre a presença do pai em um hospital da capital paulista. “Parece que havia um erro no registro que foi passado e essa pessoa com as descrições que batiam com a do meu pai, na verdade, não foi para o hospital que a gente pensava. As buscas foram feitas agora com mais cuidado e o número de registros é maior do que a gente pensava”, disse.

Videomonitoramento - Câmeras do hotel onde o oncologista Roberto Gomes, de 67 anos, ficou hospedado registraram a saída dele na manhã do último sábado (29). O médico saiu com pouco dinheiro no bolso. O médico usou cartões bancários na quinta-feira para comprar remédios e na sexta, quando comprou uma passagem para Vitória. Ele não confirmou o embarque, marcado para o sábado. Nesta terça-feira (3), investigadores da Delegacia de Pessoas Desaparecidos estiveram no hotel.

Roberto Gomes comandou 39 trabalhos científicos, coordenou quatro cursos internacionais de cancerologia, recebeu 23 prêmios (quatro internacionais) e foi homenageado com 21 Placas de Prata. Em 2012, ele foi eleito Capixaba do Ano na área da Saúde. (* Com colaboração de Mário Bonella, da TV Gazeta)

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